quarta-feira, 9 de outubro de 2019

FUP REALIZARÁ PROGRAMAÇÃO ESPECIAL NO MÊS DE NASCIMENTO DE JOÃO DO VALE



Pedreiras celebra o aniversário de João do Vale com uma programação muito especial em homenagem a João do Vale Poeta do Povo, pelos 86 anos de aniversário natalício do Maranhense do século XX, será realizada no período de com a seguinte programação:

11 a 30 de outubro - Exposição João do Vale: Poeta do Povo, na Biblioteca Pública Antenor Amaral;
20 – Forró na Feira (Mercado Central) – participação de vários artistas
De 14 a 29 - Palestras nas escolas, faculdades e outras instituições;
30/10 - Culminância do Projeto com apresentações culturais, no Palácio Municipal Memorial João do Vale, a partir das 18 horas.

O evento em homenagem ao cantor e compositor pedreirense é uma iniciativa da Prefeitura de Pedreiras por meio da Fundação Pedreirense de Cultura e Turismo (FUP).

João do Vale
João Batista do Vale, nasceu em Pedreiras, em 11 de outubro de 1934 e faleceu em São Luís, em 6 de dezembro de 1996, foi um músico, cantor e compositor maranhense.

De origem humilde, João sempre gostou muito de música. Aos 13 anos, se mudou para São Luís. Em 1964, estreou como cantor. Suas principais composições são: Carcará, em parceria com José Cândido e imortalizada na interpretação de Maria Bethânia, Peba na pimenta, com Adelino Rivera, e Pisa na fulô, com Ernesto Pires e Silveira Júnior.

Ele começou sua viagem para o sul, pegando um trem para Teresina, e depois sempre em boleias de caminhões: em Fortaleza CE, foi ajudante de caminhão; em Teófilo Otoni MG, trabalhou no garimpo; e no Rio de Janeiro RJ, onde chegou em dezembro de 1950, empregou-se como ajudante de pedreiro, numa obra no bairro de Ipanema.

Passou a frequentar programas de rádio para conhecer os artistas e apresentar suas composições, na maioria baiões. Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria gravada por Zé Gonzaga, Cesário Pinto, que fez sucesso no Nordeste. Em 1953, Marlene lançou, em disco, Estrela miúda, que também teve êxito; outros cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas de sua autoria.

Em 1954, participou como figurante do filme Mãos Sangrentas, dirigido por Carlos Hugo Christensen. João do Vale conheceu Roberto Farias – na época assistente de direção, - que, ao se transformar em diretor, convidou o compositor para musicar alguns de seus filmes, como No Mundo da Luz, de 1958. Além disso, em 1969, ele comporia a trilha sonora de Meu Nome é Lampião, de Mozael Silveira.
Em 1962, Luiz Gonzaga grava a canção De Teresina a São Luiz, que retrata a ferrovia São Luís-Teresina.

Em 1964, estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a ideia do Show Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, e que foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro. Dele participou, ao lado de Zé Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará (com a participação de José Cândido), a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora, que substituiu Nara no espetáculo.

Como compositor, em 1969, fez a trilha sonora de Meu nome é Lampião (de Mozael Silveira).

Depois de se afastar do meio musical por quase dez anos, lançou, em 1973, Se eu tivesse o meu mundo (com Paulinho Guimarães) e, em 1975, participou da remontagem do Show Opinião, no Rio de Janeiro.

Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que, no ano anterior, havia produzido o LP João do Vale Convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros.

No final dos anos 1980, o artista sofreu um derrame cerebral, que deixou sequelas. entre 1987 e 1990, precisando ficar em uma cadeira de rodas, e com capacidade de comunicação também reduzida.

Em 1995, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João Batista do Vale, com participação de Edu Lobo, Maria Bethânia, Paulinho da Viola, Alceu Valença, e do próprio Chico Buarque, e que foi Prêmio Sharp de melhor disco regional.

Tem dezenas de músicas gravadas e algumas delas deram popularidade a muitos cantores: Peba na pimenta (com João Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo; Pisa na fulô (com Ernesto Pires e Silveira Júnior), baião de 1957, gravado por ele mesmo; também o baião Coronel Antonio Bento (Luiz Wanderley e João do Vale), sucesso com Tim Maia; e Asa do Vento, que foi gravada por Caetano Veloso,

Homenagens
Em 1995, foi fundado o Teatro João do Vale, no Centro Histórico de São Luís.

Em 2006 (décimo ano após sua morte), foi lançado o espetáculo musical "João do Vale - o Poeta do Povo", peça de Maria Helena Künner, com direção musical de Marco Aurêh, baseada na biografia "Pisa na fulô, mas não maltrata o Carcará", escrita por Márcio Paschoal.

As músicas Carcará e Estrela Miúda (gravadas por grandes nomes da música brasileira como Marinês, Elba Ramalho, Amelinha, dentre outros) fizeram parte da trilha sonora da novela Cordel Encantado, da Rede Globo de televisão, na interpretação marcante de Maria Bethânia.

Na sua terra natal, em Pedreiras, é homenageado com uma estátua. Em 2017, foi montado, em São Luís, o espetáculo João do Vale- o Musical, que também fez apresentações no Maranhão em outros estados.

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