Pedreiras celebra o aniversário
de João do Vale com uma programação muito especial em homenagem a João do Vale
Poeta do Povo, pelos 86 anos de aniversário natalício do Maranhense do século
XX, será realizada no período de com a seguinte programação:
11 a 30 de outubro - Exposição
João do Vale: Poeta do Povo, na Biblioteca Pública Antenor Amaral;
20 – Forró na Feira (Mercado
Central) – participação de vários artistas
De 14 a 29 - Palestras nas
escolas, faculdades e outras instituições;
30/10 - Culminância do Projeto
com apresentações culturais, no Palácio Municipal Memorial João do Vale, a
partir das 18 horas.
O evento em homenagem ao cantor e
compositor pedreirense é uma iniciativa da Prefeitura de Pedreiras por meio da
Fundação Pedreirense de Cultura e Turismo (FUP).
João do Vale
João Batista do Vale, nasceu em
Pedreiras, em 11 de outubro de 1934 e faleceu em São Luís, em 6 de dezembro de
1996, foi um músico, cantor e compositor maranhense.
De origem humilde, João sempre
gostou muito de música. Aos 13 anos, se mudou para São Luís. Em 1964, estreou
como cantor. Suas principais composições são: Carcará, em parceria com José
Cândido e imortalizada na interpretação de Maria Bethânia, Peba na pimenta, com
Adelino Rivera, e Pisa na fulô, com Ernesto Pires e Silveira Júnior.
Ele começou sua viagem para o
sul, pegando um trem para Teresina, e depois sempre em boleias de caminhões: em
Fortaleza CE, foi ajudante de caminhão; em Teófilo Otoni MG, trabalhou no
garimpo; e no Rio de Janeiro RJ, onde chegou em dezembro de 1950, empregou-se
como ajudante de pedreiro, numa obra no bairro de Ipanema.
Passou a frequentar programas de
rádio para conhecer os artistas e apresentar suas composições, na maioria
baiões. Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria
gravada por Zé Gonzaga, Cesário Pinto, que fez sucesso no Nordeste. Em 1953,
Marlene lançou, em disco, Estrela miúda, que também teve êxito; outros
cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas de sua
autoria.
Em 1954, participou como
figurante do filme Mãos Sangrentas, dirigido por Carlos Hugo Christensen. João
do Vale conheceu Roberto Farias – na época assistente de direção, - que, ao se
transformar em diretor, convidou o compositor para musicar alguns de seus
filmes, como No Mundo da Luz, de 1958. Além disso, em 1969, ele comporia a
trilha sonora de Meu Nome é Lampião, de Mozael Silveira.
Em 1962, Luiz Gonzaga grava a
canção De Teresina a São Luiz, que retrata a ferrovia São Luís-Teresina.
Em 1964, estreou como cantor no
restaurante Zicartola, onde nasceu a ideia do Show Opinião, dirigido por
Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, e que foi apresentado no
teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro. Dele participou, ao lado de Zé Kéti e
Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música
Carcará (com a participação de José Cândido), a mais marcante do espetáculo,
que lançou Maria Bethânia como cantora, que substituiu Nara no espetáculo.
Como compositor, em 1969, fez a
trilha sonora de Meu nome é Lampião (de Mozael Silveira).
Depois de se afastar do meio
musical por quase dez anos, lançou, em 1973, Se eu tivesse o meu mundo (com
Paulinho Guimarães) e, em 1975, participou da remontagem do Show Opinião, no
Rio de Janeiro.
Em 1982 gravou seu segundo disco,
ao lado de Chico Buarque, que, no ano anterior, havia produzido o LP João do
Vale Convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé
Ramalho, entre outros.
No final dos anos 1980, o artista
sofreu um derrame cerebral, que deixou sequelas. entre 1987 e 1990, precisando
ficar em uma cadeira de rodas, e com capacidade de comunicação também reduzida.
Em 1995, Chico Buarque voltou a
reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João Batista do
Vale, com participação de Edu Lobo, Maria Bethânia, Paulinho da Viola, Alceu
Valença, e do próprio Chico Buarque, e que foi Prêmio Sharp de melhor disco
regional.
Tem dezenas de músicas gravadas e
algumas delas deram popularidade a muitos cantores: Peba na pimenta (com João
Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo; Pisa na fulô (com Ernesto
Pires e Silveira Júnior), baião de 1957, gravado por ele mesmo; também o baião
Coronel Antonio Bento (Luiz Wanderley e João do Vale), sucesso com Tim Maia; e
Asa do Vento, que foi gravada por Caetano Veloso,
Homenagens
Em 1995, foi fundado o Teatro
João do Vale, no Centro Histórico de São Luís.
Em 2006 (décimo ano após sua
morte), foi lançado o espetáculo musical "João do Vale - o Poeta do
Povo", peça de Maria Helena Künner, com direção musical de Marco Aurêh,
baseada na biografia "Pisa na fulô, mas não maltrata o Carcará",
escrita por Márcio Paschoal.
As músicas Carcará e Estrela
Miúda (gravadas por grandes nomes da música brasileira como Marinês, Elba
Ramalho, Amelinha, dentre outros) fizeram parte da trilha sonora da novela
Cordel Encantado, da Rede Globo de televisão, na interpretação marcante de
Maria Bethânia.
Na sua terra natal, em Pedreiras,
é homenageado com uma estátua. Em 2017, foi montado, em São Luís, o espetáculo
João do Vale- o Musical, que também fez apresentações no Maranhão em outros
estados.
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