Um trabalho silencioso que salva vidas. O Centro de Atenção
Psicossocial Álcool e Drogas – CAPS AD de Pedreiras vem cumprindo sua missão de
trabalhar a recuperação do indivíduo e prestar-lhe assistência necessária para
sua recondução social.
Em meio a tudo isso, uma equipe multiprofissional, formada
por psicólogo, psiquiatra, enfermeiro, terapeuta ocupacional, assistente social
e pessoal de apoio, trabalham diariamente com cerca de 60 pacientes de
Pedreiras e de municípios da região do Médio Mearim. A equipe está sempre
pronta para enfrentar os problemas e buscar alternativas para os usuários de
entorpecentes e de álcool, que muitas vezes a sociedade e a própria família
insistem em desprezar.
Nesta semana, mais precisamente nesta quinta-feira (23/03)
um desses casos foi notificado e acompanhado. Por volta das 11 horas da manhã a
equipe do CAPS - AD fez abordagem a pedido da avó e da tia de um dependente
químico (cujo nome será preservado no anonimato), ele estava na Rua Miguel
Atta, e inclusive no momento da abordagem de contenção, portava duas armas
brancas. A avó do paciente diante de sua
“impotência” de cuidar do caso, considerando as dificuldades de lidar com o
neto, acionou o órgão e pediu apoio para o resgate desse cidadão. Ele sofre com
a dependência de drogas e estava em situação de rua.
Relatos da abordagem de contenção e providências foram
explicadas pela equipe do CAPS-AD. O diretor do órgão, Bruno Henrique esclarece:
"A família do paciente nos acionou para fazer essa
internação, a avó deles nos procurou e disse que estava precisando da nossa
ajuda. Nós entramos em contato com o Hospital Nina Rodrigues, de São Luís para
a sua internação, onde foram feitos todos os procedimentos, a papelada de
documentação, fizemos o acompanhamento com a família, orientamos a avó dele
sobre os procedimentos que seriam feitos. Então fizemos a contenção desse
paciente, o levamos para o CAPS, aplicamos a medicação, ele foi alimentado,
higienizado e encaminhado para São Luís, onde está recebendo os cuidados
necessários".
A terapeuta ocupacional do CAPS - AD, Flávia Morgana foi
quem acompanhou o caso desse paciente. "Fizemos as visitas domiciliares, ele
foi encontrado em situação de rua, por duas vezes o abordamos nessa situação,
tentamos fazer a quebra de resistência no município, mas uma vez que ele não
aceita esse tratamento, causando riscos a si e a família, correndo risco de
vida, pois estava na situação de moradia de rua. Então em primeiro momento foi
feita essa quebra de resistência para ele fazer o tratamento no CAPS, mas não
tivemos êxito, pois ele estava compulsivo, com o nível de consciência
prejudicado, dessa forma o paciente não tem controle de si, mesmo tendo vontade
de parar. Quando a equipe do CAPS AD fez a abordagem, o paciente estava portando duas
facas, não houve a necessidade de acionar a política, pois nós conseguimos
solucionar o problema, então ele foi encaminhado ao CAPS AD onde foram tomadas todas
as medidas cabíveis, como ele estava compulsivo ele foi encaminhado para o
Hospital Nina Rodrigues porque é o procedimento do Estado, onde ele passará 72
horas, em seguida ele será encaminhado para a Clínica La Ravardiere, onde será
feito todo processo de desintoxicação, conscientização e quebra de resistência,
ele será incentivado a continuar o
tratamento quando ele retornar a rede, na qual teremos a ajuda dos grupos de
alta ajuda, as igrejas que são nossas parceiras para que possamos
resgatá-lo".
O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas é um
serviço específico para o cuidado com as pessoas com necessidades em
decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas. O CAPS AD apoia usuários e
famílias na busca de independência e responsabilidade para com seu tratamento. Os
projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física,
em busca da rede de suporte social, que possam garantir o sucesso de suas
ações, preocupando-se com a pessoa, sua história, sua cultura e sua vida
cotidiana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário